É triste, eu sei - por favor chorem - mas, findado o ano, eu não me lembrava do que tinha visto, do que tinha lido, nem do que tinha ouvido, para além das vozes na minha cabeça. Da mesma forma que o Bill Callahan se destacou no meu lodo mental depois dos seus versos terem colonizado (eheh) esta rica cabecinha para toda a vida (principalmente os de Jim Cain e os de Eid Ma Clack Shaw), Vicky Cristina Barcelona e Medicine For Melancholy (visto no IndieLisboa) foram os únicos que resistiram à névoa que se me infiltrou nos olhos e que, dizem os médicos, não reflectiam qualquer conjuntivite. E resistiram por razões muito diferentes: o primeiro por uma forte identificação a vários níveis; o segundo, ironicamente, por uma certa discussão de ideias, quando foi de sentimentos que aqui falei quando lhe dediquei um post.
Num ano em que estive invulgarmente arredada das salas de cinema (para os padrões de quem gosta de ir duas ou três vezes por semana) e apática o suficiente para não procurar alternativas - não se preocupem, já estamos salvas - não faz sentido elaborar uma lista dos meus filmes do ano (pese ao menos o alívio de continuar a pronunciar-me sobre a mesma fora de prazo). No entanto, posso dizer-vos que também houve (e de que maneira) The Wrestler, Two Lovers (do qual se disse muito disparate) e Gran Torino. E que de outra maneira também marcaram presença A Troca, Milk, Inglourious Basterds, The Hurt Locker e Rachel Getting Married (que na verdade me desiludiu).
E que só não houve Let The Right One In porque a este já o tinha eleito o meu filme de 2008.