25.5.09

Medicine For Melancholy

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O final é inconclusivo. Não sabemos como a história termina e os indícios não chegam para lhe adivinharmos a última linha. Porque nesta narrativa de duas pessoas que dançam pela primeira vez, sem ensaios prévios, e cujos corpos se desconhecem, a coreografia é improvisada e escrita alternadamente – um passo decide-o ele (para a frente), o seguinte decide-o ela (para trás) - com a insegurança de quem pressente a queda. Mas decisão é uma palavra errada, para um filme sobre desejos indecisos, sobre a confusão silenciosa de quem sabe o que quer (a ele, a ela) apenas para os quinze minutos seguintes*. Uma conclusão é tudo o que não é possível e é também tudo o que (ali) não interessa.


[Medicine For Melancholy é a primeira longa-metragem de Barry Jenkins, vista na extensão do IndieLisboa no Porto, pela qual me perdi de amores. Vi ainda o fascinante documentário Encounters At The End Of The World, do Werner Herzog e, sim, é oficial, reconciliei-me com as idas ao cinema.]



*excerto de um post do Pedro Jordão, sobre o mesmo filme.