30.4.09

sala de designer

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Mais propriamente, a sala de duas designers em Erasmus, Barcelona.
As duas italianas que moravam connosco faziam-nos sempre tirar a tralha toda de cima da mesa para poderem jantar. Achávamos um bocado aborrecido.

29.4.09

Origami Café #2

Little Miss Limão,
(...) Ah, aproveito para reportar as minhas observações da reacção local ao ambiente do pequeno Origami, pelo qual passei em horas e dias diferentes, algumas vezes. O dito parece apelar a uma clientela variada: agrada às senhoras da zona, que o frequentam na hora do chá ou ao pequeno almoço de fim de semana (como disse alguém noutro comentário, dá de facto vontade de usar aquela loiça, que é mesmo muito bonita), com os netos; a alguns profissionais dos bancos e serviços (a rua é uma das duas principais da localidade), à hora do almoço, mas também à malta mais nova (dos que chegam de Lisboa a casa aos miúdos do liceu, que fica a poucos metros), que ali se encontra para o café e/ou copos em vários momentos do dia.


Depois do Origami, abriram ou foram remodelados naquele troço da rua pelo menos uns três cafés; apesar não terem um ar tão original e cuidado nos detalhes como o que concebeste, nota-se um esforço considerável para lhes subtrair aquele ar azulejado (do tipo Cozinha-da-Tia-Gertrudes-em-1988) ou inox (da variante Balcão-do-Recreativo-Unidos-do-Torresmo). E pronto, acabo este 'lençol' fazendo votos para que muitas mais lojas e unidades de restauração portuguesas sejam devidamente limonadas!


o testemunho da Ana Cláudia Vicente, numa caixa de comentários perto de si.
[Obrigada]

Enjoy your worries, you may never have them again*

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A leitura de um livro significa uma evasão – a suspensão do teu mundo pelo mergulho num outro. Mas convém não cair dentro de poços, onde a escuridão impede a leitura. Quando a tua realidade é demasiado opressora, não há escapatória possível.


*The Books

factual

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basicamente, é isto

(...) Sei muito bem que não é a escrever um longo post onde descarrego a bílis que os meus eventuais problemas (que eu nem sei muito bem quais são; sou só uma vítima desta era de mal-estar generalizado. Estou inocente) se resolverão; até sei uns quantos passos que poderia tomar para resolvê-los e caminhar rumo à felicidade; mas as coisas são puto de difíceis, pá. Mesmo sendo fáceis. (...) Um tipo reage a tanto estímulo, todos os dias, que um tipo não resiste a sentir-se totalmente perdido. Creio que a capacidade de concentração é das coisas mais difíceis de possuir nos dias de hoje. E será tudo cada vez mais fragmentado. As pessoas serão cada vez mais fragmentadas (acredita, eu confirmei com a Maya). (...) JB, o Zé pai do meu filho sonhado e um gajo que tem sempre piada, embora aqui não pareça, no é-tão-bom-que-mete-nojo Mictório Luzidio.

28.4.09

deixem-me explicar-vos

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Porque é que não tenho escrito sobre cinema? Porque não tenho ido ao cinema. É simples. É a esse nível de merdice que a minha vida anda - tão grande tão grande tão grande que nem faço a única coisa que me preenche. Nem sequer vejo as centenas de filmes que tenho em casa, contam-se meses desde a última vez que peguei num dvd. Claro que tenho ouvido música - é a minha epiderme, não preciso de seguir-lhe o encalço. Mas, por exemplo, dançar. Não danço desde a passagem de ano. Não vou a concertos, muito menos nem aos do Mercado Negro. Este mês não li nada. Andava a ler a um ritmo tão bom, para o nível miserável dos últimos três anos e entretanto fui-me abaixo. É isso, fui-me abaixo, e não me apetece nada dizer que estou lá em cima. Este blogue anda a irritar-me. Anda muito levezinho. Foda-se, mas eu estou na merda ou não estou? Claro que estou. Como sempre. Então que se foda esta porra toda e vocês também, já agora. Entretanto, rio-me. Já não resisto à minha própria palhaçada, é o que é. Vai-se a ver e isto continua tudo muito triste. Óptimo. Manifesto desde já a minha intenção de repor o tom a que este blogue tem direito e obrigação: rasteirinho, rasteirinho, fodidinho, todinho. Nem a propósito, grita agora mesmo um guna na minha rua olhá, ámanhá, até te bou matare. Fixe, por mim podia ser já hoje. Mas antes queria mandar um beijinho lá para casa, para as pessoas que me estão a ver. Em especial, para o , que não conheço pessoalmente e que no outro dia me fez um filho em sonhos, e eu em sonhos tinha namorado, que era o Pedro. Qual deles? Olhem, vão ver se chove, que pode ser que sim. O relato do sonho fica para depois, merece um tempo de antena exclusivo, como tudo o que é macabro e perturbador. Sinto-me mal. Se calhar não ajuda estar enterrada num puff preto enquanto escrevo - é como escrever sobre a escuridão da perspectiva de um buraco negro. Não saio de casa há dias seguidos. Demasiadas vezes dizem-me «és uma complicadinha», como quem diz «não há quem te ature». Mas é que não há mesmo. Estou sozinha há anos ou não estou? Ou vocês achavam que isto era tudo literatura? Desculpem lá se o discurso hoje é o inverso. Isto de falar para 400 pessoas diariamente não só é completamente contrário à minha vida real como às vezes me atrofia um bocado a tola.

27.4.09

tusa




All the streets are crammed with things
Eager to be held
I know what hands are for
And i'd like to help myself
You ask me the time
But i sense something more
And i would like to give you
What i think you're asking for
You handsome devil
Oh, you handsome devil
Let me get my hands
On your mammary glands
And let me get your head
On the conjugal bed
I say, i say, i say
I crack the whip
And you skip
But you deserve it
You deserve it, deserve it, deserve it
A boy in the bush
Is worth two in the hand
I think i can help you get through your exams
Oh, you handsome devil
Oh, let me get my hands
On your mammary glands
And let me get your head
On the conjugal bed
I say, i say, i say
I crack the whip
And you skip
But you deserve it
You deserve it, deserve it, deserve it
And when we're in your scholarly room
Who will swallow whom?
When we're in your scholarly room
Who will swallow whom?
You handsome devil
Oh, let me get my hands
On your mammary glands
And let me get your head
On the conjugal bed
I say, i say, i say
There's more to life than books, you know
But not much more
Oh, there's more to life than books, you know
But not much more, not much more
Oh, you handsome devil
Oh, you handsome devil
Ow!


Handsome Devil, The Smiths


[Esta obra-prima da tusa e da dança infecciosa, com alguns dos versos mais fascinantes de sempre, e que é uma das minhas canções mais-que-tudo, terá sido a inspiração para o sketch dos Gato Fedorento "o que tu queres sei eu". Digo eu. Repararam? Está lá tudo. Que lindinho, tudo isto. Bom começo de semana!]

26.4.09

Origami Café (finalmente, o post)

O origami desenhado na ilustração anterior é na verdade (parte de) um logotipo que eu criei para o Origami Café, em Massamá. O logotipo representa um Tsuru, escolhido por ser um dos modelos origami mais elementares e populares e por pretender-se assim facilitar a identificação do universo origami por parte do público de Massamá, onde praticamente não existem espaços que explorem esta arte.


No total, criei:
1. o logotipo
2. a decoração das louças
3. o cartão de visita
4. as ementas e o preçário
5. a sinalética
6. o esquema de dobragem do tsuru em vinil (colado na parede)


1. logotipo
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2. louças
Para a decoração das louças, parti de dois padrões de papel origami e simplifiquei-os, criando novos padrões.


os papéis-base:
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o resultado (selecção):
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3. cartão de visita
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4. ementa e preçário
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Quando me desloquei a Lisboa, em Setembro de 2008, para visitar o espaço já depois da inauguração, deixei-vos aqui um convite para aparecerem. A Ana Cláudia Vicente, como é assim altamente fixe, não só apareceu como se ofereceu para me emprestar a sua máquina fotográfica, uma vez que eu, desgraçadamente cabecinha-de-alho-chocho, havia deixado a minha no Porto. Quando fotografei o café, já o dia acabava e não havia luz suficiente para que as fotografias ficassem decentes, por isso, enquanto não tiro umas melhores, aqui ficam as indecentes.


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(o tal esquema de dobragem do tsuru em vinil)




Origami Café
Rua Direita de Massamá, 128 A

24.4.09

I believe I can fly


© Menina Limão

23.4.09

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Lost in Translation

A pedido do almighty Kristian Goddard, a partir de hoje, esta fruteira passará a contar com uma ferramenta ao fundo da página que fará a tradução automática dos meus textos para inglês. O que quer dizer que o almighty continuará a não conseguir ler-me — mal ele sabe que ainda bem, coitado.

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21.4.09

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20.4.09

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Sou um pouco disléxica. Nem sempre distingo a minha esquerda da sua direita.

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(...) devo dizer que gosto de mulheres com história. Aos homens não peço esta coisa da história. Harpia que sou, prefiro sempre que a história deles comece comigo e acabe comigo, o que em alguns casos até já aconteceu (embora eles ainda não saibam e eu também não). [Mónica Marques]

19.4.09

lovin's for fools

As revelações mais preciosas de 2007, Bon Iver e Bowerbirds, juntaram-se em palco (todas as noites da digressão conjunta) para cantar uma cover da lindíssima Lovin's For Fools, da Sarah Siskind. O resultado é de ir às lágrimas, mas só para fools.





Go on and love her
Love her forever
I will not tell her
I told you to
You'll never notice
How much I love you
Lovin's for fools
Love is for fools

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18.4.09

Mefisto-Mefez, volume VIII

16.4.09

Mefisto-Mefez, volume VII

Cineclube de Aveiro: uma alternativa que resiste

O Público entrevistou o Cineclube de Aveiro e a reportagem foi publicada no jornal no dia 24 de Fevereiro. Como, nessa altura, este blogue se havia transformado no palácio da bela adormecida, não fiz referência ao assunto. Podem então ler a parte da reportagem que nos diz respeito aqui (a fotografia foi tirada de dentro da cabine de projecção, aquando da exibição de Quatro Noites Com Anna).

Os meus filmes de 2008



Let The Right One In
Baile de Outono
4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias
Quatro Noites Com Anna

I’m Not There
O Segredo de Um Cuscuz
The Darjeeling Limited
My Blueberry Nights
Persépolis
O Assassínio de Jesse James
Margot At The Wedding
Fome
Aquele Querido Mês de Agosto
A Turma
Alexandra
Do Outro Lado
Este País Não É Para Velhos
Haverá Sangue
Caramel
Os Fragmentos de Tracey

(borrifei-me claramente para a questão numérica)

14.4.09

bem sei que não tenho escrito, mas olhem que belo:

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© wulffmorgenthaler

13.4.09

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enquanto o diabo esfrega um olho

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Não tentem compreender a eterna insatisfeita.

12.4.09

Clarice

TV – Você se considera uma escritora popular?
CL – Não.
TV – Por qual razão?
CL – Bom, me chamam até de hermética. Como é que posso ser popular sendo hermética?
TV – E como você vê essa observação que nós colocamos entre aspas – “hermética”?
CL – Eu me compreendo. De modo que eu não sou hermética, para mim. Bom, tem um conto meu que eu não compreendo muito bem.


Clarice Lispector na única e imperdível entrevista que deu à televisão.

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© Exploding Dog

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os designers, esses sacanas

1. “Design Loves a Depression”, de Michael Cannell, no New York Times.
2. “Design Hates a Depression”, de Murray Moss, no Design Observer.
3. “Designing Through a Depression”, de Allison Arieff, no blogue By Design, também do New York Times.

O terceiro artigo é o mais certeiro e equilibrado, mas é o segundo o mais interessante, com alguns parágrafos fortes a pôr o dedo na ferida. Pena que depois falhe noutros pontos. Go figure.

11.4.09

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10.4.09

novo template

Colecção "Evangelho segundo Menina Limão, capítulo 10, versículos 3 a 5".

the sound of the wound

Lie still, sleep becalmed, sufferer with the wound
In the throat, burning and turning. All night afloat
On the silent sea we have heard the sound
That came from the wound wrapped in the salt sheet.



Under the mile off moon we trembled listening
To the sea sound flowing like blood from the loud wound
And when the salt sheet broke in a storm of singing
The voices of all the drowned swam on the wind.



Open a pathway through the slow sad sail,
Throw wide to the wind the gates of the wandering boat
For my voyage to begin to the end of my wound,
We heard the sea sound sing, we saw the salt sheet tell.
Lie still, sleep becalmed, hide the mouth in the throat,
Or we shall obey, and ride with you through the drowned.


Lie Still, Sleep Becalmed, Dylan Thomas



Lie Still, Sleep Becalmed, John Cale

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© Menina Limão

a opção não era minha

Back to trash, é a opção que o gmail me dá quando termino a operação. Eu retorno sempre, sem birras. Não sou nenhuma criança mimada, aceito a fatalidade que a vida me reserva. Não tenho outra.
Estou furiosa, querida, estou furiosa. Não estava prevenida para um dimensão dessas, assim de repente. Eu prevenira-a, apenas dois centímetros por mês, é quanto se deve deixar crescer os cornos. Deixá-los assim ao desbarato é irresponsável! Não estava a contar, catano, fiz a curva muito em cima de si, tinha calculado três metros e quarenta e cinco centímetros desde a última vez que a vi, e afinal já vai nos três e cinquenta e sete. Ai a puta da vida, que isto dói. A querida é que tem os cornos e eu é que fico com o verniz lascado. Não está certo.

9.4.09

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8.4.09

Martha (Fassbinder!)

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Em exibição no Cineclube de Aveiro/Cinema Oita de 9 a 13 de Abril.
design: Menina Limão.

7.4.09

Concertos 2008

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© Luís Oliveira Santos


Scout Niblett (Mercado Negro)
The Dodos (Salão Brazil)
The Kills (Casa da Música)
Richard Hawley (Festival Para Gente Sentada)
The Raveonettes (Theatro Circo)
Beach House (Passos Manuel)
Diane Cluck (Passos Manuel)
Jonquil (Mercado Negro)
Tara Jane O’Neil (Mercado Negro)
Sic Alps (Maus Hábitos)
Diane Cluck (Mercado Negro)
Dirty Projectors (Serralves)
James Blackshaw (Mercado Negro)
The National (CCVF)
Nalle + The Family Elan (Mercado Negro)


[o balanço anual é quando uma menina quiser]

6.4.09

Animais domésticos

Hoje fiquei a saber que a Alexandra me lê (1) há muito (2) com interesse (3). Portanto, hoje já ninguém me abala a boa-disposição (mas deixem-me desde já desencorajar-vos, bastards).


[obviamente, gostei muito de saber disto: A dada altura aparece a beber uma limonada. Quando a mãe a chama para se vir embora, pousa o copo com a bebida inacabada no balcão da cozinha e sai da imagem. Pouco depois, aproxima-se um menino que também por ali anda um pouco gratuitamente e bebe desse copo sem ninguém da casa dar por isso. Assim, em pano de fundo, se processa o contágio. A Mulher Sem Cabeça, de Lucrecia Martel]

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a wish for a true love [em quatro tempos]


© Oliver Dienst


1.
I used to be darker, then I got lighter, then I got dark again.
[Bill Callahan, Jim Cain]


2.
Last night I swear I felt your touch
gentle and warm
the hair stood on my arm — how?
how? how?
Show me the way
To the shake of memory
All these fine memories are fucking me down


I dreamed it was a dream that you were gone
I woke up feeling ripped by reality
Yeah love is the king of the beasts
and when it gets hungry
it must kill to eat

[Bill Callahan, Eid Ma Clack Shaw]


3.
I used to be sort of blind
Now I can sort of see
[Bill Callahan, Rococo Zephyr]


4.
Uncut:
Can you explain the album’s title?
BC: If you want to dumb it down to a little nub, it is a wish for a true love. But it has – I hope – a little more to it than that, a mind movie built into it that will be triggered if you let it. Try saying it to your old lady when things are rough. She will treat you right.
[Uncut]

Sabedoria beatnik

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© Tracey Emin


[Pílula – 0 ; Bebés – 1]


Ter bebés tem algumas vantagens que não devemos ignorar. Uma delas é que não é preciso fazer nada – quando se quer dar uma queca, dá-se uma queca. (…) A gravidez faz-me sempre ter vontade de foder mais, e com mais gosto. (…) Quanto ao parto, ter um filho é uma questão de nos deitarmos numa cama e tê-lo. Depois do primeiro, não há nada mais fácil se esquecermos as seguintes regras: nada de médicos, hospitais, clisteres, rapar os pêlos púbicos, estoicismo e “parto sem dor” – basta berrar e empurrar o danado dali para fora. (…) E para sustentar a criatura? É increver-se na previdência, deixar de trabalhar, ficar em casa, fumar muitos charros e foder muito.


Diane di Prima, Memórias de Uma Beatnik, Editorial Teorema

4.4.09

-

3.4.09

a wish for a true love



Assim, em grande. Não é exagero.

2.4.09

vícios #1

Putos em ácidos a mexer em botões e a fazer queixinhas do pai.

Flirt (Hal Hartley!)



– To flirt is to exist in ambiguity.
– Flirt implies a chaste amorous relationship, generally devoid of deep feelings… It’s not meant to be a believable expression of deeper feelings. (…) If such, people were to define the situation between them… and well, the other. That’s like destroying any possibility of flirtation.
(…)
– We can’t exist in ambiguity forever!
– I disagree. I think we can. Although it means the deepest loneliness.



Em exibição no Cineclube de Aveiro/Cinema Oita de 2 a 6 de Abril.
design: Menina Limão.

1.4.09

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— Diz lá, quem é o autor d'O Meu Pipi?
— Deus, querida, Deus.

Tenha calma? Olha-me este!

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Deves ter a mania, ó Wordpress.