21.7.08

O picheleiro fetichista, II

Tocam-me à campainha, a que está do lado da porta. Estou a dormir, levanto-me cambaleando, visto uns calções curtos e um top de alças. É novamente o picheleiro. Ocorre-me que não estou vestida o suficiente para um picheleiro. Desta vez vem arranjar-me a sanita. Estão sempre a soltar-se-lhe os parafusos (como a mim), não oferece estabilidade (como eu). [À terceira comparação com uma sanita, talvez o melhor seja fazer uso da banheira e cortar os pulsos] O tipo vai fazer o seu trabalho e a dada altura chama-me.

— Não se importa de se sentar na sanita?
— Desculpe? Não acha que está a passar das marcas, seu porco fetichista?

Claro que não disse nada. Sentei-me na sanita, como uma menina bem comportada. Depois, abanei-me, para confirmar que era só eu que abanava e não a sanita. Está tudo bem. Está tudo bem, o caralhinho. Primeiro, conta-me o tempo do banho. Agora, vê-me na sanita. Passou da imaginação à concretização com uma pinta de mestre. Mas que mundo é este, foda-se?