9.2.16

Altitude

Ter subido, subido, subido, até ao cume, uma montanha tão alta, a culpa. Sem ser pelo orgulho de subir... Que orgulho? Pode ter sido uma condenação; ou o destino. 
Agora o frio e o silêncio do cume. E ver tudo pequeno e longínquo; e por essa razão, nebuloso, difuso na tristeza ostracizante de um nevoeiro, que de perto, lá em baixo, talvez não exista, que só se vê do alto e de longe, porque são a própria altitude, a própria distância a formá-lo.

Luigi Pirandello, Pena de Viver Assim, trad. Anna Caruso, Biblioteca Editores Independentes