8.4.13

Isn't it just a crime?


© Edward Hopper

Acham tão estranho ver alguém sem fazer nada, ainda que não sendo possível fazer o nada, se faça sempre alguma coisa, que se sentem obrigadas a agir. Como a senhora que me serviu o-café-no-café de bairro quando me veio informar que tinha ali «umas revistas com umas fofocas», se eu quisesse. Recusei, estava de saída, disse-lhe, não lhe mentindo nem dizendo a verdade, eu que tinha um livro na mala, até mesmo um telemóvel, se eu fosse dessas, e que escolhera passar o tempo a olhar pela janela, a pensar na vida, a não pensar em nada, uma excêntrica, dirão, que foi para ali rodear-se de pessoas para ficar consigo própria.