19.6.18

Vertiges, de Christine Laurent



 
© Menina Limão

Pascacinhos, esta quinta, dia 21, temos a 3ª e última sessão do ciclo Imagens do Teatro, com a exibição de Vertiges (1985), de Christine Laurent. Vertiges é um filme tão raro que nem a internet vos safa: há apenas uma cópia com fraca qualidade e sem legendas no Karagarga e nós vamos passar uma cópia melhor, enviada por uma amiga da realizadora com o seu consentimento e – uepá! – legendada por nós. Uma trabalheira que prova a vontade que temos em exibi-lo e que espero que seja devidamente recompensada pela vossa presença.

Manuel Mozos, que foi actor no filme com apenas 26 anos, estará presente para uma conversa com o Luís Miguel Oliveira. Vai ser especial também por isso.

Para além de Mozos, são actores no filme Magali Noël, Krystyna Janda, Paulo Autran, Maria de Medeiros, Luís Miguel Cintra, Jorge Silva Melo, etc.

Sobre Vertiges escreveu Serge Daney na altura:

«Vertiges é o segundo filme de Christine Laurent. Um grupo de teatro ensaia As Bodas de Fígaro. Há quanto tempo não víamos uma coisa tão sensível e tão rigorosa acerca do canto, do teatro e da “paixão de ser outro”? Há séculos, pelo menos. (...) Há mais respeito pela ópera (o respeito deslumbrado de uma criança que cresceu nos bastidores) neste filmezinho ambicioso do que no Don Giovanni de Losey e no Carmen de Rosi juntos. Aqui, não se faz nenhuma releitura, deixa-se Mozart e a luta de classes no seu lugar (muito desconstruídos), e o que se faz é unicamente acompanhar os cantores. Não do palco até à cidade (ideia compensadora, mas vulgar), nem sequer do palco até aos bastidores (ideia fácil, mas curta), mas decididamente da voz até ao silêncio. Porque, quando a voz já não é portadora, por muito que o corpo se agite, balbucie, grite, entra num estado de silêncio. (...)» –Serge Daney, no Libération, em 1985 (excerto retirado daqui).

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