20.8.13

Regular Lemon

© Lukia Costello

Lemon: I spend all my money on these wonderful drinks — lime and celery and lemon and grape — because I'ma very sick girl, and these juices are almost all I can take to sustain this poor little body of mine. Bread and juices, and rolls, of course. (Pause.) I've always had a problem with regular meals — I mean, regular food at regular hours. Maybe it's only a psychological problem, but it's destroyed my body all the same.

Wallace Shawn, Aunt Dan and Lemon, 1985

Boa tarde. Queria (querias)


Esta história começa comigo numa farmácia a pedir a pila. Não uma pila, não a pílula, como vim a corrigir, mas a pila. Como consegui manter a postura de lady depois de tão comovente gaffe é um mistério. A farmacêutica, igualmente misteriosa, atendeu ao meu pedido (o segundo) sem pestanejar. Paguei pelo que pedi (pela pílula. Não pela pila.) e pus-me na alheta. À saída, apercebi-me de um bilhete dobrado em quatro com algo escrito, caído no passeio. Leio/não leio: leio; voltei para trás. Alguém escrevera à mão, a caneta azul: Para a Beatriz, e desenhara ao lado um coração gigante. Pego/não pego: não pego; nunca se sabe se não estaria a impedir a Beatriz de reaver o seu bilhete. Eu vinha do King, de ver o Dans la Maison e pus-me a pensar que o Claude jamais deixaria escapar a oportunidade de continuar a Beatriz. Duas horas antes, saía eu do metro de Roma e, desorientando-me como sempre, apesar de conhecer o percurso há dois anos e meio, perguntei a duas senhoras, funcionárias de uma loja de roupa, para que lado ficava o cinema King. Cinema King? Nunca ouvi falar. E de pila à venda na farmácia, já?

19.8.13

Thank you! Oh thank you, you all are so wonderful!


Se aprecias cinema, inteligência, espectacularidade e sexyness, devias seguir o Kael Daily. É assim, amigo, eu cá estou para os conselhos indispensáveis. Kael Daily reúne excertos (curtinhos) da grande Pauline Kael, escolhidos e ilustrados criteriosamente e debitados diariamente. Resumindo, um excerto por dia, não sabe o bem que lhe fazia. Não é, Sérgio? É, pois. Diz que aquilo é tudo dele.

18.8.13

I woke up with the power out, not really somethin to shout about



© Menina Limão

I like the peace
In the backseat
I don't have to drive
I don't have to speak
I can watch the countryside
And i can fall asleep

My family tree's
Losing all its leaves
Crashing towards the driver's seat
The lightning bolt made enough heat
To melt the street beneath your feet

Alice died
In the night
I've been learning to drive
My whole life
My whole life
I've been learning

In The Backseat, Arcade Fire, Funeral (2004)

2.8.13

Week End na Cinemateca #2

Contagem de desistências = 2

Fin (de l'Amour)

Ouço um bater de asas e penso «isto não foi um pombo a entrar-me em casa, pois não?» Depois começo a ouvir barulhos de objectos em apuros e, novamente, penso «vou ter mesmo de ir lá dentro e descobrir um pombo, não é?» Era um pombo. Estava em cima da mesa da cozinha (desmaio). Depois de o ver esgueirar-se pela porta, entro no facebook e vejo um amigo contar que viveu hoje o seu momento Amour ao entrar-lhe uma andorinha em casa. A mim escapa-se-me a poesia da coisa, por isso gostaria de passar rapidamente para a parte em que morro.

SOMETHING ELSE HAS TO HAPPEN!