11.10.12

ARCHIGRAM – Experimental Architecture 1961 – 1974

© Menina Limão 


Meti a colher em mais uma exposição, por causa das merdas. 
Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura, here I come

ARCHIGRAM – Experimental Architecture 1961 – 1974 inaugura este sábado, dia 13 de Outubro, às 18h30, claro está, em Guimarães. Toda a comunicação gráfica da exposição é da minha autoria: logótipo da iniciativa (a partir do logótipo dos Archigram), cartaz, convite, telão, painéis em vinil, meia dúzia de placas informativas, folha de sala e cenas. Para já, ficam com o cartaz e com o convite. Para verem o resto, têm de se pôr na alheta, ali para os lados do Palácio Vila Flor. Encontrarão tudo bonitão a troco de 2€.

 
  © Menina Limão 


No centro do programa "Sob o signo dos Archigram", um convite irrecusável: "Archigram – Experimental Architecture 1961-1974", a exposição concebida pelos próprios The Archigram Archives que traça uma extensa retrospectiva daquele que foi um dos mais marcantes colectivos da história da arquitectura contemporânea, questionando e desconcertando a cidade, a relação entre arquitectura e tecnologia e entre tecnologia e corpo, e fazendo-o de modo radical – incluindo na forma, permanecendo até hoje inconfundível o universo visual dos Archigram. Tendo sido sempre um território que valorizava claramente mais a pergunta do que a resposta, e rasgando caminhos verdadeiramente multidisciplinares, não surpreende que a obra dos Archigram tenha perpetuado até hoje a sua influência onde ela é menos visível e mais decisiva – não nas formas mas nas ideias que as formas traduzem. 

Veículo ideal para a discussão sobre as novas realidades urbanas e sobre a arquitectura na sua dimensão mais experimental, discutindo metodologias, afectando percepções e comportando sempre uma ideia de futuro, a obra que aqui se expõe – num conjunto avassalador de desenhos e maquetes originais, material multimédia ou exemplares das célebres publicações com que os Archigram provocaram o tecido académico da altura – é o ponto de partida para uma verdadeira viagem por um dos mais extraordinários processos de reflexão que a arquitectura já conheceu sobre os seus próprios fundamentos e limites. E daí ser um percurso sobre possibilidades e não sobre construção de um novo futuro. Daí apontar-se a uma arquitectura e a processos nómadas, adaptáveis, episódicos e tantas vezes refundadores. Passados mais de quarenta anos desde a separação do grupo, os Archigram continuam a lembrar-nos da função incendiária da arquitectura. É o que aqui se celebra.