Suspeito, no entanto, que o único aspecto que preservaria o mesmo impacto é o sexo. Reduzido não à sua essência mas a factos, não se vê nada e vê-se tudo. O cinema está repleto de tentativas enfadonhas, mal concretizadas e constrangedoras e Gus Van Sant, com um golpe de mestre, livrou-se de todos esses riscos engrendrando uma sequência de stills vivos (não são imagens estáticas), um para cada momento do sexo. É o chamado cut the crap, já que o cinema sempre se viu em dificuldades para traduzir aquilo que o sexo pode ser para (cada um de) nós.
A originalidade confirma-se neste vídeo de qualidade indigna ao segmento 3'10'' - 3'45''. A título de exemplo.