© Lukasz Wierzbowski
Ana não precisa de ameaças reais, se pode ficcioná-las; não precisa de pretextos, se pode atropelá-los; não precisa de argumentos, se pode produzi-los.
Ana tem ciúme. Da tal, da imaginária, do amor, do desamor, do amigo, brilhante ou colorido. Odiar pessoas é o seu desporto preferido.
Ana tem dor de corno, de contorno, de amor morno.
Ela estará atenta; qualquer deslize e a bomba rebenta – caíste – e quando a outra se levantar, ela continuará a imaginá-la caída, numa fantasia empedernida. Teorias para consumo próprio, prontas a descolar.
Ana vive fora dela, nas cabeças que inventa e distribui.
Ana, a um passo de ser Anã, é mesquinha e comezinha, mas do seu reino – ela sabe-o – nunca será rainha.