Broadcast - Until Then
19.2.11
Lisbon in a draft, Lisbon in a post
As pessoas têm morrido sem a minha autorização e as outras que cá ficam têm o desplante de não me avisar; e a Angélica Liddell, que, como eu, «teve uma infância feliz e um desastre de adolescência», não se compadeceu da minha self pity, recusando-se a antecipar a passagem por Lisboa a tempo de me apanhar em órbita; e, depois, triste da vida em terra de mamãe, descubro que o Mark Ravenhill, que leio sofregamente, está em passeio artístico pela cidade quando eu não tenho condições para recebê-lo, ficando eu, mais uma vez, a chuchar no dedo; escrever este apontamento ao som de Silence 4 não é fácil – vejam lá isso; mas entretanto encontrei a Jucifer nas paredes do CCB com a minha história preferida («e depois morreram todos») e a vida portuense viu-se bem representada pelo Marco Mendes (porque é que nunca fomos à Cunha?); e conheci o Balthazar, o Zé, a Ana, o Rui e já chega, e deixei saudades ao padeiro de Alcântara; e o Noobai só vende limonada suíça no Verão e o outro sítio das limonadas fechou sem que eu pudesse vir a (a)testá-lo; e é tempo de rever a Maria Schneider e o Marlon Brando e de vos contar a minha epifania com os White Stripes e de vos alertar para as injustiças de se morrer de pneumonia aos 42 anos quando se fez carreira a melhorar a vida dos demais. O dia chegará em que passarei da pista para a mesa de mistura do Roterdão e em que a sorte abençoará meu coração. Until then…
Broadcast - Until Then
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