31.8.10
29.8.10
Jackpot
© Menina Limão
Há pessoas cujos valores pessoal e social são brutalmente inflacionados pelos valores pessoal e social do seu parceiro amoroso. Estamos, portanto, no plano dos valores imerecidos ou daqueles aos quais somos obrigados a dar o benefício da dúvida. Quem tem um conhecimento prévio da pessoa menos bem cotada espanta-se, interroga-se, especula. Quem tem um conhecimento posterior da mesma, vê-a à luz desse valor acrescido, partindo a segunda com uma considerável vantagem face à predisposição da primeira para dela pensar o melhor. Há quem se mostre à altura do engodo (demonstrando valor intrínseco) e há quem nunca engane ninguém. [O papel do parceiro bem cotado daria toda uma outra análise científica.] Em qualquer um dos casos, as coisas tornam-se muito mais claras para todos quando a relação acaba (se acaba). E depois, dependendo do modo como finda e do que disso é público, novos valores (positivos ou negativos) são-lhe(s) então atribuídos.
Fragmentos de um Discurso Amoroso no Plano Social, Menina Limão, Blogger Editora, 2010
Oh yeah, that's right
27.8.10
Vai ser extremamente super
~ NOITES RITUAL ~
Jardins do Palácio de Cristal (Porto)
||| Sexta, 27 Agosto |||
21h30 | Salto
22h05 | Os Tornados
22h55 | Samuel Úria
23h35 | Diabo na Cruz
00h30 | Anaquim
01h15 | OqueStrada
||| Sábado, 28 de Agosto |||
21h30 | Unoeskimo
22h05 | Sean Riley & The Slowriders
22h55 | Tiguana Bibles
23h30 | The Legendary Tiger Man
00h35 | John Is Gone
01h15 | Slimmy
~ entrada livre ~
Salve-se quem puder (eu avisei)
Com que então eu pedi para levar na traseira. Discordo, meus senhores, eu não estava para aí virada. Teletransportada para a órbita dos desastres mundiais, enfrentei o complexo de quem nunca andou nos carrinhos de choque (se não me lembro, não aconteceu) e deixei-me levar por quem me julgou por maus caminhos, quando tudo o que eu queria era virar à esquerda, onde o futuro me parecia mais confortável.
Ao choque de tetãs, propus-me interromper a marcha e reflectir sobre os meus actos, mas a assunção da culpa e a percepção dos níveis de gravidade da merda praticada são pensamentos que se processam naquela parte do meu cérebro que embateu no cimento quando caí do baloiço aos seis anos, pelo que volta e meia encravam e não vêem a luz do dia. A da noite, sim, frequentemente, em sonhos – mas ao acordar está tudo bem.
Saí do carro.
– O meu vestido é cor-de-rosa, estou inocente.
– Mas a menina tem um risco preto nos olhos!
– Isso é inveja sua.
À chegada da polícia, que acorreu ao chamamento da violadora, prontamente esclareci que não estava em causa gostar ou não de levar trancadas, mas que esta, já agora, deixara muito a desejar e que, por conseguinte, o meu material suportaria danos mais violentos, mas, paciência, era o que tínhamos. Vestindo o fato de pedagoga, expliquei-lhes ainda que uma senhora que teve tempo suficiente para sobreviver à menopausa enquanto lhe inchavam os tornozelos e que passeia um puto que nunca poderia ser seu, calçando uns mocassins de enfermeira, procurará animar-se destruindo a juventude. E que um senhor cujo subsídio de desemprego o obriga a optar entre os jogos do Porto e as putas, procurará testemunhar contra a salta-pocinhas decotada e pestanuda, que acentua a dor aguda. Com uma mão na testa e outra no drama button vos digo: sou uma vítima do meu próprio abcesso.
E assim foi: primeiro passeio de carro, primeiro minuto, primeiro acidente. Ah, campeã!
Só tenho pena de ter levado no cu de uma velha. Mas ao menos soprei ao balão.
Ao choque de tetãs, propus-me interromper a marcha e reflectir sobre os meus actos, mas a assunção da culpa e a percepção dos níveis de gravidade da merda praticada são pensamentos que se processam naquela parte do meu cérebro que embateu no cimento quando caí do baloiço aos seis anos, pelo que volta e meia encravam e não vêem a luz do dia. A da noite, sim, frequentemente, em sonhos – mas ao acordar está tudo bem.
Saí do carro.
– O meu vestido é cor-de-rosa, estou inocente.
– Mas a menina tem um risco preto nos olhos!
– Isso é inveja sua.
À chegada da polícia, que acorreu ao chamamento da violadora, prontamente esclareci que não estava em causa gostar ou não de levar trancadas, mas que esta, já agora, deixara muito a desejar e que, por conseguinte, o meu material suportaria danos mais violentos, mas, paciência, era o que tínhamos. Vestindo o fato de pedagoga, expliquei-lhes ainda que uma senhora que teve tempo suficiente para sobreviver à menopausa enquanto lhe inchavam os tornozelos e que passeia um puto que nunca poderia ser seu, calçando uns mocassins de enfermeira, procurará animar-se destruindo a juventude. E que um senhor cujo subsídio de desemprego o obriga a optar entre os jogos do Porto e as putas, procurará testemunhar contra a salta-pocinhas decotada e pestanuda, que acentua a dor aguda. Com uma mão na testa e outra no drama button vos digo: sou uma vítima do meu próprio abcesso.
E assim foi: primeiro passeio de carro, primeiro minuto, primeiro acidente. Ah, campeã!
Só tenho pena de ter levado no cu de uma velha. Mas ao menos soprei ao balão.
Leatrice Joy em Manslaughter (1922), de Cecil B. DeMille
25.8.10
Blow up, iá?
24.8.10
23.8.10
19.8.10
Lemon Laws
Monstros
© Menina Limão
Maybe I'll never have your baby
If our love runs out of time
Maybe we'll watch the sunset falling
From as ashy, blackened sky
Can we help to dream from dying?
Can we confiscate our words?
Watch them crush the cars in hiding
Took the bad blood from the earth
One day we'll drive so far
With the monsters on our tails
We'll talk of hiding out in cities
But progression never fails
And we'll laugh about the old days
Of the stupid thing they've done
Wipe the filth from our mouth
And the water from our sun
Can we have a day of mourning
Take direction from the clouds?
No matter where we lay down
We can only scream so loud
I don't own anything
Forest City Lovers – Monsters
15.8.10
The Daily Show With Jon Stewart | Mon - Thurs 11p / 10c | |||
Arcade Fire - Ready to Start | ||||
www.thedailyshow.com | ||||
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Now you're knocking at my door
Saying please come out against the night
But I would rather be alone
Than pretend I feel alright
If the businessmen drink my blood
Like the kids in art school said they would
Then I guess I'll just begin again
You say can we still be friends
If I was scared, I would
And if I was pure, you know I would
And if I was yours, but I'm not
14.8.10
Isto sim, um clássico
«I hate those moments right before you go to sleep where you are forced to think about all the things you try so hard to forget.»
Não sei quem é que o disse. Só me espanta não ter sido eu.
Não sei quem é que o disse. Só me espanta não ter sido eu.
Breaking news
O meu vizinho está outra vez a masturbar-se à janela, tentando transformar-se num clássico.
Catarse, um exclusivo Arcade Fire
The Daily Show With Jon Stewart | Mon - Thurs 11p / 10c | |||
Exclusive - Arcade Fire - Month of May | ||||
www.thedailyshow.com | ||||
|
Maio é o meu mês e os Arcade Fire são a minha banda. Tentar explicar este amor é inútil. Teria de conseguir exprimir o arrebatamento que quase me matou de ataque cardíaco – ou não tivesse eu sentido que o meu coração explodia – quando os vi actuar em Paredes de Coura.
Os Arcade Fire fizeram da catarse o seu único léxico. Eles criam-na, nós recriamo-la, e julgamos que morremos de vida. É por isso que a discussão em torno da maior ou menor qualidade de cada álbum interessa muito pouco na hora de abrir o peito ao grito.
12.8.10
@alaindebotton Heterosexuality means genuine surprise about whom in one's own gender gets declared attractive by the opposite sex.
11.8.10
Hate to say I told you so
@bestycoastyy seriously, Warpaint is the best band, I can't get over it.
(Sim, sim, foi a Bethany dos Best Coast que o disse.)
10.8.10
9.8.10
Já dizia o Letterman: when you're asking for a miracle, it's not nice to get greedy!
8.8.10
Este bairro é bom demais
© Jonathan Waiter
Então não é que acabou de passar uma mulher ao telemóvel, em sentido contrário ao do senhor que na semana passada originou este post, numa conversa igualmente sumarenta? As suas falas encaixam tão perfeitamente no seguimento das dele que vou entregar-me à diversão de as juntar:
– Tu não gostas dessas coisas, não me chupas. Sou um homem tão infeliz, tão infeliz, ninguém me chupa.
– Tu estás-me a ameaçar, estás-me a ameaçar! Eu não sou tua amante, sou tua mulher!
7.8.10
Assim não dá
– Ando numa de Blacks, eu. Black Angels, Black Rebel, Black Mountain, Black Keys.
– Black Eyed Peas...
(...)
– E descobri que gosto de fado. Ou pelo menos que gosto da Aldina Duarte. Tenho de ouvir Camané, tenho um feeling que vou gostar de Camané.
– I've got a feeling, wooo-hoooo...
– Black Eyed Peas...
(...)
– E descobri que gosto de fado. Ou pelo menos que gosto da Aldina Duarte. Tenho de ouvir Camané, tenho um feeling que vou gostar de Camané.
– I've got a feeling, wooo-hoooo...
E eu que pensava que não gostava de fado
Comovi-me.
Deste-me tudo o que tinhas
Nos meus lençóis de cetim
Mais a raiva quando vinhas
Desencontrado de mim
5.8.10
I want you back
Isto é brilhante. E isto é um cenário onde náufragos se vêem num plano de salvamento. Os Local Natives ainda mal começaram a cantar a sua marcha fúnebre de ir às lágrimas, quando se apercebem de que uma rapariga acabou de ser assaltada uns metros abaixo do local de rodagem. Provando que o sucesso ainda só lhes subiu à barriga, emprestam por momentos o seu protagonismo a outros, que aproveitam a concedida glória para desatar a correr no encalço do ladrão. Transformando-se em heróis, devolvem os pertences surripiados à dama aflita, trocam palminhas e la la las de satisfação e reposicionam-se para o funeral agendado. Com os sobreviventes alinhados e de pulmões abertos, ouve-se «Airplanes», um apelo de regresso a alguém que morreu, enfatizado num destroçador «I want you back». Tudo isto bem a meio de uma linha de comboio.
[Isto é brilhante, mas não aparece no Google Reader...]
4.8.10
Odeio o Sudoeste
– Olá! Tudo bem?
– Olá, tudo, e contigo?
– Também. Que fazes agora?
– Penso naquela vez em que estávamos no Sudoeste, no meio de um grupo grande, e tu, que mal me conhecias, me fizeste sinal a avisar que eu estava com o mamilo de fora.
– Engraçado, estava a pensar no mesmo.
– Não duvido.
– E então, gostas do que fazes?
– Sim, sim, agora mostro mamilos como freelancer.
– E corre bem?
– Ui, nem imaginas.
– Ainda bem. Tens planos para logo à noite?
– Sim, mais logo vou rezar para que as falas que te atribuo não correspondam efectivamente aos teus pensamentos.
– Pois, compreendo. Boa sorte!
– Bem preciso.
– Beijinhos!
– Beijinhos.
Black people, dark mood
I Don't Need No One
I Don't Want No One
I Ain't Got No One
Someone To Feel Alone
3.8.10
«This is probably the best interview I've ever done»
Tu vais querer ver esta entrevista, acredita.
Tendo conhecido o estado sereno das Warpaint, nomeadamente noutras entrevistas, sou forçada a concluir que o estado de sobreexcitação encontrou o seu escorrega numa sobredosagem mais ou menos lícita. A Jenny, claramente a mais hiperactiva, chega a apresentar assustadoras semelhanças com o meu estado ébria-insuportável. Há vários pormenores a reter, mas o mais memorável acontece sem dúvida ao minuto 4'43''.
~ Escolhidas a Dedo presents: a contratação do ano ~
Primeiro, foram a revelação de 2009. Depois, deram o concerto de 2010 (com metade do público – eu incluída – a dançar em cima do palco a seu convite). Agora, fazem-se representar por um dos seus elementos naquele que já é o melhor blog do mundo.
Escolhidas a Dedo, o coiso que apresenta à sociedade as supa titties da baixista das Warpaint. Jenny Lee Lindberg, everybody.
A repetição do vídeo justifica-se. Como diria o comentador youtubesco NeccoWecco: 2:16 holy bouncing titty.
If you want good love
start by stepping back
let your heart react, back home
Lou Barlow - I'm thinking...
Bruna Aleixo, ii
Nunca vás ao café do Avenida em Coimbra. Compras um gelado e sai-te um empregado que canta: «à nossa / à delas / à nossa dentro delas».
Bruna Aleixo, i
Nunca vás a um shopping demasiado vistosa. As pessoas olham-te como uma criminosa que acabou de roubar um manequim inteiro.