31.1.08
e assim chegou a Poesia da Blogosfera ao PORTO! - inaugura amanhã, 1 Fev
A exposição Poesia Quase Anónima - A Poesia na Blogosfera Portuguesa viajou de Aveiro até ao Porto (e consta que não se ficará por aqui). Com as devidas alterações feitas ao cartaz e ao restante material de divulgação, deixo-vos toda a informação detalhada.
A inauguração da exposição é amanhã, Sexta-Feira, dia 1 de Fevereiro, na Maria Vai Com As Outras, um dos meus espaços de eleição no Porto, coincidindo com uma das noites de poesia (leitura e partilha de poemas), que ali se organizam todos os meses. São as chamadas Noites Malditas.
*Patente na loja/espaço cultural Maria Vai Com As Outras, até 1 de Março.de segunda a sábado: 12h00-20h00/22h30-24h00
domingos e feriados: 15h00-20h00
R. do Almada, 443, Porto
tel.: 220167379
*Iniciativa e selecção dos poemasMercado Negro (Aveiro)
*Design e ilustraçõesMenina Limão
*Nota: as ilustrações não pretendem ser representativas ou interpretativas dos poemas. Nasceram de ideias relacionadas com a poesia, com a sua natureza e com algumas das suas temáticas.
*Textos de:
*c-asa (carolina rodrigues) em A Casa Imaginada
*a.m. em A Imitação dos Dias
*margarete em Acknowledge (Or Whatever) Thyself
*nocturnidade (cláudia ferreira) em Agulha
*marta em Do Avesso
*martinha. (marta poiares) em Entre Linhas
*r. (rute mota) em Esta Distância Que Nos Une
*eyes shut em Eyes Shut
*gato legível em Gato Legível
*saturnine (raquel costa) em Little Black Spot
*happy and bleeding em Morrer de Improviso
*mb em Musas Esqueléticas
*aida monteiro em O Perfil das Casas, O Canto das Cigarras
*hugo em Solvstäg
*o peixe que queria ser um tira linhas (rita alberto) em Tampadecaneta
*ana (ana filipa gonçalves) em Tarte de Rabanete
*clAud (cláudia caetano) em Tempo Dual
*lebre do arrozal (maria sousa) em There’s Only 1 Alice
*tratado de botânica (joana serrado) em Tratado de Botânica
*papel químico (sónia oliveira) em Triplicado
30.1.08
12:08 A Este de Bucareste.
Não concordo. O filme mais hilariante do ano é o Death Proof, do Tarantino. Mas dizer que 12:08 A Este de Bucareste está em segundo lugar é um grande elogio. Inteligência e mordacidade são outras duas palavras que lhe assentam bem. Vi-o no Porto, numa sala cheia, o que é de admirar. Espero que a nossa sala do Oita seja brindada da mesma forma.
Em exibição no cineclube de aveiro/cinema oita de 31 de Janeiro a 4 de Fevereiro.
design: menina limão.
28.1.08
one year old - i can walk!
You said i must eat so many lemons
‘cos i am so bitter
Kate Nash - Foundations
Tartx
O meu perfil engana. 2005 foi o ano em que criei o endereço do blogue, mas este só arrancaria em 2007, faz hoje um ano. Pensava fazer dele um meio de comunicação enquanto estivesse no estrangeiro, mas a inércia provou-me precisar de motivos mais fortes. As noites difíceis são produtivas cá por casa e uma delas assaltou-me com a urgência da escrita. Eu não escrevia há três anos.
Nascido a 28 de Janeiro, viu-se tingido de preto duas vezes e esteve para ser apagado outras tantas. 2007 foi um ano difícil e mesmo quando não o transpareceu, este lugar absorveu tudo. E foi-se transformando.
Isto de ter um blog e aprender a lidar com as inseguranças num dia e com o excesso de confiança noutro, isto de termos de assentar os pés na terra, isto de recebermos críticas que nos divertem e outras que nos ferem, isto de não saber lidar com a gradual perda do anonimato, isto de ter conhecido pessoas que se tornaram muito importantes na minha vida, isto de ser mal interpretada a toda a hora, isto de ter a minha família a ler-me, isto de gerar o quanto quero expor-me, isto de ter discursado em público, isto de ter ido parar ao jornal, isto dos blogues serem tudo isto, muito menos do que isto e muito mais do que isto, tudo isto merece ser celebrado.
Chegou então a hora de fazer certas revelações.
1. Se me chamo Menina Limão, devo-o ao meu irmão, que aos 8 anos me provocou mais ou menos assim:
– Então, Miss Lemon?
– Miss Lemon? Porquê Miss Lemon?
– Porque és azeda que nem um limão.
Reclamei, mas achei piada. E adoptei o nome. Portanto, não sou nenhuma freak da limonada.
2. Quando quis registar-me no gmail com o endereço misslemon[at]gmail.com, fui avisada de que já existia. Perguntei aos céus “quem é a puta?” e depois agradeci a sua existência, porque a solução de recurso revelou-se muito melhor.
Assim nasceu a Menina Limão. Longa vida a essa tipa.
27.1.08
[munakazi, com dedicatória]
Pela manhã, um pássaro te pousara nos olhos.
Grandes e declinados.
Clandestinos.
E eu sabia o que teria de pagar pela sua alegria
grave.
Iria, pois, usá-los.
Usar o teu olhar – “não se escolhe ser triste” –: melhor
o teu Lugar; aquele de onde te havias exilado, para escrever
o mais nobre e rigoroso Poema
dentre os já acontecidos.
Tal como sabia que éramos ambos
únicos e raros
frágeis quais insectos que duram um só dia.
Triste.
Um só dia, meu amor – um só dia!
Um orgasmo em noite
desabado.
Triste. Muito triste, tão vil o medo de não rasgar o véu
da mediocridade, protegida
sempre
pela sua essência: Goethe dialogando
contigo.
Tu: Um amor só o é se for despojado de si. E ele: Não merece o
nome
de poeta aquele que apenas exprime os seus próprios
sentimentos
Tinha, pois, de forma violenta, idêntica à crueldade
das crianças e da natureza,
nua,
enxuta,
de reflectir sobre o que não mais exige
consolo: o pesadelo de ser (e de estar) de passagem
pela vossa escrita
sem poder evadir-me
tal como as árvores e a perda das suas folhas
no outono.
O que faz a ruína pelo pó – sacro – de duas palavras.
O que faz um poeta
até chegar à ordem e cuidado da luz
divina.
Quem pode entender que a paixão se torna majestade
só após se terem vivido nela (e com ela) os silenciosos momentos
da alegria que antecipa o Poema
evadido
mas que regressa
tal como o filho pródigo
à graça acolhedora
da família.
Quem pudera entender na viva carne de um só dia
a arte
que recupera a pálida paciência
do metal adormecido
do rio
e o fundo marinho das vozes do Tejo
e de uma Lisboa em cinzas – após uma sensação
“de doçura para toda a vida.”
Toda a vida.
Como a que me confessaste experimentar
e desejar manter
comigo.
Só que bastou um movimento de ar penetrando a fractura
das pupilas
para demolir-lhe o leito e as colinas; um zumbido
para virar o grito das aves
e navios
que um nada pode matar-me – haviam-me confessado
os teus versos.
Um nada.
A monstruosidade: a proliferação celular e irreversível do tumor
no rosto de um homem
sem olhos, nariz,
boca – sentado num degrau – este último, sim, sozinho.
A clarividência de sermos dementes,
iguais,
dialogantes e desacertados,
únicos
e raros,
porque a Poesia dispara
no que une o corpo do insecto à asa
e o céu
à mansa melancolia de uma verdade com sabor
amargo: a que se apercebe
de que a tua errância pede terra firme
e de que tenho de levar até às últimas consequências
e apenas por duas palavras,
por duas palavras,
a tua serenidade e a minha
anarquia.
Inquietos, no coração um do outro, por caminhos diferentes
nos dissemos
num princípio de tarde
cada vez que perco invisto – uma bomba prestes a rebentar
no metro da cidade,
um correr de mãos dadas; mas porque se diz,
pergunto, só uma parte da verdade; e, nela, uma parte da parte:
coisas
tão infectadas de mentira,
de horror e de maldade, se o destino da primeira,
a única,
a interminável,
é a que expressa o susto de se perder
o que nunca possuiu?
Mas sente agora a minha crueldade
sem defesa,
porque tu confesso e confesso em verdade
e com verdade: se de alguma coisa tive medo
foi do teu riso trémulo
e poroso como um
desmaio,
do recorte dos ombros,
da tua camisola verde – de um poema
de Byron.
E, sobretudo, sim, da tua grande, da tua imensa,
tristeza.
E só por isso
me doeu o deserto que te (e me) arrastava; tantas as mágoas,
as afinidades,
as cumplicidades.
Porque nós somos únicos
e raros.
Juro.
Mas também juro”pela maldição dura que em minha alma
habita”, que encontrarás uma lâmpada acesa
na força juvenil
da escrita.
Eduarda Chiote, O Meu Lugar à Mesa, Edições Quasi
25.1.08
-
mensagens telepáticas que repito sete vezes seguidas.
Há palavras gastas que não escrevo nem digo há tanto tempo,
como: Amo-te muito. Meu amor, que saudades, vem depressa.
E outras ainda mais gastas que digo todos os dias,
como : Foda-se esta merda (somos do norte e não somos
castos nem cautos na linguagem)
Inês Lourenço
poema roubado ao lugar mais bonito do mundo.
23.1.08
-
Raparigas dos limões a oferecerem
Fruta mais atrevida: inesperados seios...
(...)
Alexandre O' Neill
22.1.08
18.1.08
(na ala dos deprimidos-após-notícia-de-bilhetes-esgotados do Magalhães Lemos)
17.1.08
16.1.08
-
elas andam aí, essas malucas
Já se encontra disponível nos sítios fixes de Aveiro, Porto e Coimbra, a agenda cultural de Janeiro do Mercado Negro. Ainda não a fotografei. Por enquanto, deixo-vos a capa.
Design da agenda [ilustração da capa, na imagem]: Menina Limão.
15.1.08
14.1.08
Cinanima 2007
Os filmes premiados do Cinanima 2007 em exibição no Mercado Negro.
Uma iniciativa do Cineclube de Aveiro e do Cinanima.
design: Menina Limão.
11.1.08
10.1.08
se eu fosse um vídeo #3
The Maccabees - Toothpaste Kisses
(não percebo porque é que não me convidaram a participar)