Jonathan Littell, As Benevolentes, tradução de Miguel Serras Pereira, Dom Quixote
1.5.10
Enquanto me deitava numa enxerga numa isba que partilhava com outros oficiais, um pássaro pequeno, um pardal talvez, entrou na divisão e chocou contra as paredes e as janelas fechadas. Meio atordoado, ficou caído alguns segundos, exausto, com as asas de lado, depois precipitou-se de novo num frenesim breve e fútil. Devia estar moribundo. Os outros estavam já a dormir ou não reagiam. Finalmente, consegui encurralá-lo num capacete e soltei-o cá fora: debandou na noite como se despertasse de um pesadelo. O romper do dia encontrou-nos já na estrada. A guerra estava agora imediatamente à nossa frente, avançávamos muito devagar.