8.3.10

É po-lo a trabalhar

© gif party

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Baby, if I don't feel it
I ain't faking, no, no

Rihanna apanha do namorado mas nem pensem que finge orgasmos, isso é que era bom. Perante tamanha vanguarda, quase me esqueço de que foi uma das milhares de vítimas de violência doméstica que deu ao agressor uma segunda oportunidade (de desancar mais). Como grande parte das tristes que se orgulham de fingir orgasmos (independentemente de o fazerem ou de apenas o alardearem) devem ter alguma vez ouvido esta música e gostado (eis um raciocínio perfeitamente insustentável e que eu me darei ao trabalho de manter), é com uma redobrada satisfação que a ouço, na esperança de que algum efeito surta. Não brinco. Como diriam os brasileiros: dá gozo ver. Como diria Fernando Pessoa: A tonhó é uma fingidora/ Finge tão completamente/ que chega a fingir que é prazer/ o nada que deveras sente. São seres fascinantes, as tonhós: capazes de reclamar o troco no supermercado, não levantam ondas na hora de espernear. Julgam-se mulheres emancipadas, quando na verdade perpetuam a lógica machista do prazer unilateral. É preciso fazer-lhes um desenho. Pascácias deste mundo, uni-vos! Ficar a chuchar no dedo não é o mais interessante que pode acontecer.


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