31.8.15

Ligada à máquina

MJ

© Menina Limão

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30.8.15

Divided we stand, periclitantes

«Quanto a mim, estou sempre dividido entre o desejo de pintar e o de escrever. Ora, dada a minha experiência, sei que só se pode satisfazer plenamente uma destas atividades de cada vez. É verdade que se conhecem poetas que também pintaram. A título de exemplo, citarei Victor Hugo (...).
Mas seja qual for a qualidade destas imagens [de Victor Hugo, que também pintava], nunca alcançarão um certo nível exigido nas artes plásticas. Ficam muitas vezes um pouco aquém.
Pode também acontecer que estas obras revelem tão-somente uma inclinação natural, cultivada por numerosos artistas, a qual consiste em ensaiar-se noutras disciplinas a fim de escapar por algum tempo às exigências da sua própria disciplina.»

Anselm Kiefer, A Arte Há de Sobreviver às Suas Ruínas, tradução de José Domingues de Almeida, Deriva

29.8.15

'cause Ice Cube is crazy as fuck

Ontem mandei uma cacetada na cabeça de um gajo que resolveu enfiá-la no meu rabo enquanto eu tentava comprar um hambúrguer. É toda uma situação complicada de descrever, mas digamos que a expressão de profunda confusão espelhada no rosto do homem assim que se ergueu foi um indicador de que algo estava mais errado no meu acto do que no dele. Rapidamente percebi que dera uma cacetada num maluquinho que, muito provavelmente, não tinha qualquer intenção de invadir o meu património. Ele estava somente a baixar-se para apanhar o seu telemóvel, o meu rabo é que não tinha nada de estar ali. Disse-me que eu fora muito agressiva e, dois minutos depois, ainda o ouvia explicar a todo o Burger King que eu o acusara de ter enfiado [sim...] a cabeça no meu rabo. Eu só queria morrer. E fui querer morrer bem dali para fora. Sem hambúrguer.

26.8.15

A importância de se ser capa

Porque é que eu compro livros em Portugal?, ninguém sabe.

Boa noite


© Anne Emond

25.8.15

Mergulho

Outubro, 23.
(OBRIGADA, JESUS CRISTO.)

Lay Low

An echo of words you said to me
Repeating and fleeing time and time again
Oh lay me down
My time is now
Before I take the fall

A secret so small I forget it's there
A stain so dark I no longer care
Oh lay me down
My time is now
Before I take it all

24.8.15

-

© Menina Limão

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23.8.15

Sup?

© Menina Limão

18.8.15

Dam

O meu irmão chegou ontem a Amesterdão, onde ficará seis meses. Se alguém tiver dicas sobre os melhores sítios para ele se drogar para tentar ultrapassar as saudades que terá de mim, é só dizer.

Finalmente O Verão

Sobre Finalmente O Verão, não sei se alguma vez tinha acabado um livro com uma gargalhada. O que é surpreendente, dada a melancolia que o trespassa e que se vai alimentando de um sentimento de finitude pelas mais variadas coisas, como o sentimento de fim das férias. A beleza do timing, a fazer coincidir a arte com a realidade.

17.8.15

Espelho

«(...) Edith Bostwick Stoner sentou-se ao seu toucador e observou-se ao espelho, cujo fundo de prata começava a estalar e a ficar muito fino, de tal modo que, aqui e ali, a sua imagem era refletida com falhas ou nem sequer era refletida, dando ao seu rosto um ar curiosamente incompleto. Tinha trinta anos. O brilho da juventude começava a abandonar-lhe o cabelo, ínfimas rugas despontavam-lhe nos cantos dos olhos e a pele do rosto começava a repuxar em redor das maçãs do rosto. Fez um aceno de cabeça para a imagem no espelho, levantou-se abruptamente e foi ao andar de baixo, onde, pela primeira vez desde há dias, falou alegremente e quase que intimamente com a mãe.
Queria (disse ela) mudar. Era o que era há demasiado tempo.»

John Williams, Stoner, tradução de Tânia Ganho, Dom Quixote

6.8.15

Ana Hatherly

Quero dizer mais
e digo: mais.
Mas cada vez
digo menos
o mais que sei
e sinto.

Ana Hatherly (1929 - 2015)
Via e.

(Ha. Caramba.)

3.8.15

Hasta

© Menina Limão

Monsanto - Almeida - Pinhão - Gerês - Porto - Figueira - Vale do Pereiro - So long, suckers.

2.8.15

-

Do West Wing ao Mr. Smith Goes to Washington ao Strom Thurmond.
Foi um bom filibusta rhymes.

Adília Lopes

QUADRO

Moro na prisão
entre grades
sou uma árvore

Adília Lopes, Manhã, Assírio e Alvim

  © Menina Limão

Shirley Jackson

One consequence was Jackson’s increasing reclusiveness. This shows in the uneven stories, and they add proof to my theory that lesser works reveal much more of the writer’s mind and circumstances than finished and finely wrought fictions. What is Jackson’s landscape? Where are the road trips and the open skies and the noodle salad in the picnic area? They do not exist. Hers are fictions of interiors; her world is a house — an ideal cast of mind for someone writing ghost stories. And the larger the house, the more numerous the rooms, the greater the possibility for menace. It’s obvious that Jackson kept herself to her house and then made something of it — sometimes denying its misery with her litany of domestic satisfactions and jollifications, at others making it into darkness, in the tone of the captive she presumably felt herself to be.

Paul Theroux, ‘Let Me Tell You,’ by Shirley Jackson, The New York Times

1.8.15

Grandma's place

© Menina Limão

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