24.4.13

Vícios #8

Curiosamente, só entrou à terceira, exactamente hoje de manhã, quando ainda deitada na cama e de olho fechado me comecei a mexer de forma sexy (e sim) por obra e graça do rádio despertador. Já não havia nada a fazer, I was up all morning to get going.

22.4.13

Ma MEC

Houve um momento em que decidiu: vou escrever sobre a Maria João? 

(...) Se eu escrever "a Maria João" fico acompanhado, ajuda-me a escrever. Já não consigo dissociar-me muito bem dela. Um casal tem uma vida própria. O Julian Barnes perdeu a mulher, que ele adorava, em 38 dias. Ele diz que quando se perde uma pessoa perde-se mais do que isso, perde-se a vida com aquela pessoa. Ela morre e ele fica menos do que meia pessoa. Isto tem um preço enorme. As pessoas cuidadosas, nas relações de namoro, guardam um sítio para onde voltar se tudo correr mal. No meu caso e no dela, não há sitio para voltar.

Escreveu uma crónica intitulada «O amor é um exagerador». É mesmo? 

Sim. É muito estranho querer estar só com uma pessoa da raça humana. O amor é um exagero. Aquela coisa "Como é que é possível, ela gostar dele que é tão horrível?" É uma coisa mágica. Duas pessoas que se encontram e formam uma unidade. Quando se vive assim, tudo é traição: "Ah, estás mais interessado em ler o jornal do que em falares comigo?!" No amor tudo pode ser traição. O amor é uma parada muito alta. Qualquer coisa pequena é uma coisa dramática. O amor é um exagero por isso. É tudo vivido à lupa. Há muita gente que acha de mau gosto. De mau gosto é uma pessoa fingir.

MEC, pois claro, numa entrevista (que quando não está a enternecer está a hilariar) ao Correio da Manhã.

C'est vrai, ma friend

Só se tem impacto quando se é desconhecido, disse uma vez. Tem assim tão pouco impacto? 

Eu digo muitos disparates. Uma pessoa tem de tirar partido de ser desconhecido, porque as pessoas cansam-se. É como na música. Quando digo que só gosto de bandas que mal sabem tocar é muito injusto com as bandas que cá andam há dez anos. O mundo é injusto.

MEC, a pessoa mais espectacular deste país, em entrevista ao i. (Como diria o dear, dear Aurea Mediocritas com a autoridade de quem pode-pode: vão ler o resto.)

18.4.13

Menos por Menos nunca é demais


© Sérgio 

Poderão ver no behance a totalidade do trabalho (cenografia e flyer) desenvolvido para o espectáculo «Menos por Menos», dedicado ao poeta Pedro Mexia, no âmbito das Quintas de Leitura, no TCA, em Setembro do ano passado. A versão completa dos factos está disponível no facebook, com poemas para cada uma das ilustrações e uma colecção mais extensa de fotos dos ensaios.

17.4.13

Menos por Menos, cenografia e flyer para as Quintas de Leitura



Cenografia e flyer para o espectáculo multidisciplinar «Menos por Menos», inserido no ciclo poético Quintas de Leitura, dedicado ao poeta Pedro Mexia, em Setembro de 2012, no Teatro do Campo Alegre, no Porto.

10 ilustrações para projecção durante o espectáculo.

Cenografia & flyer Menina Limão
Poeta convidado Pedro Mexia
Apresentação João Luís Barreto Guimarães
Performance Olga Roriz
Leituras Adriana Faria, Rita Loureiro e Teresa Coutinho
Música entre leituras Ana Deus e Ricardo Caló
Concerto B Fachada



HOMENS SEM MULHERES
Durante meses ou anos (ou,
em todo o caso, um múltiplo
de semanas) trazia debaixo
do braço, com os livros da lei,
Men Without Women,
de Ernest Hemingway.
Hábito exterior de mostrar
leituras ou de passear,
como legendas, frases sintéticas
e duras, não o tolerava
nos outros, mas só em mim,
na minha edição velha
e laranja da Penguin.
Eu não queria que o livro
terminasse, e o plural
do título era um disfarce.



EU AMO
Eu amo o teu gravador de chamadas.
Ele não me abandona
e repete vezes sem conta
a tua voz.



A TUA BIOLOGIA
A tua biologia mantém-me acordado
e ignorante. Sinto medo
e reverência pelos teus mistérios
sublimes e vulgares
como o sexo e o sono,

e depois lembro-me que pertences
a outro e à sua biologia
e que eu não irei nunca
dormir junto do amor
químico do teu ventre.



A BALADA DO CAFÉ TRISTE
Comprei-lhe «A Balada do Café Triste»
depois de quase ter passado por ladrão

de livros, mexendo-lhes sem olhar
para eles enquanto rondava de todos

os lados aqueles olhos que se viam
de qualquer ponto da feira, mesmo

se houvesse obstáculos o verde
atravessava-os, o verde tornava tudo

verde entre mim e ela, e no meio
dessa cor unânime a rapariga

era ainda mais. Pouco importa,
leitor, se houve depois alguma história,

entre homem e mulher não se passa
muito mais: uns olhos que de repente

são necessários e pelos quais passamos
por ladrões de livros ou pior.

Nunca li «A Balada do Café Triste».

Poemas Pedro Mexia
Ilustrações Menina Limão
+ ilustrações, flyer e fotografias do espectáculo aqui.

11.4.13

Exactamente o que eu penso do networking

10.4.13

Apontar é feio; apontemos ao umbigo


© Charlotte Gonzalez

E às tantas parei, saí de mim e plantei-me a meia distância, observando-me, incrédula. A facilidade com que eu o julgava pelo mesmo crime que cometera não cessava de me espantar. Quanto mais falava, mais me ouvia, estupefacta. Não aprendemos nada. É fascinante como não aprendemos nada.

9.4.13

Fizessem todos o mesmo


Se dúvidas havia (claro que não) acerca da grandeza dos Yeah Yeah Yeahs.

8.4.13

Isn't it just a crime?


© Edward Hopper

Acham tão estranho ver alguém sem fazer nada, ainda que não sendo possível fazer o nada, se faça sempre alguma coisa, que se sentem obrigadas a agir. Como a senhora que me serviu o-café-no-café de bairro quando me veio informar que tinha ali «umas revistas com umas fofocas», se eu quisesse. Recusei, estava de saída, disse-lhe, não lhe mentindo nem dizendo a verdade, eu que tinha um livro na mala, até mesmo um telemóvel, se eu fosse dessas, e que escolhera passar o tempo a olhar pela janela, a pensar na vida, a não pensar em nada, uma excêntrica, dirão, que foi para ali rodear-se de pessoas para ficar consigo própria.

Contaminações, II

a partir de hoje vai ser tudo diferente, apesar de me sentir tão cansada, não deixo que me passe pela cabeça que, a partir de hoje, a partir de amanhã, nem uma diferença, uma única diferença, não posso aceitar um mar de dias iguais à minha frente, a minha vida a consumir-se na repetição dos dias, dos gestos, das palavras, o Ângelo 

       ninguém corrige o passado, ponto final 

por que ouço o agoirento do Ângelo, faças o que fizeres não te livras de ti, do que foste, do que continuas a ser, faças o que fizeres, por que ouço o agoirento do Ângelo em vez das canções da minha cassete, a partir de hoje vai ser tudo diferente, vendi a casa

Dulce Maria Cardoso, Os Meus Sentimentos
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I know that starting over is not what life's about 
But my thoughts were so loud I couldn't hear my mouth

Modest Mouse, The World At Large

Hello stranger

Todo o meu trabalho tem a ver com a relação que estabeleço com o público e de alguma maneira é uma relação de intimidade. Não quer dizer que sejamos amigos mas há proximidade. Houve muitos espectáculos em que conheci as pessoas, vi-lhes a cara, conhecemo-nos, encontramo-nos noutros espectáculos. 
Mónica Calle

7.4.13

A mostrenga precisa de amigos

bêtises ma chérie, bêtises

6.4.13

Porque o que tem de ser tem muita força

5.4.13

Quintas de Leitura (ensaios)/B Fachada




© Menina Limão
[remember, remember]

4.4.13

I'm a tulip in a cup, I stand no chance of growing up


© andré boxBOX

Nasceu-nos uma tulipa no meio do aipo. Em Agosto, trouxe de Amesterdão alguns bolbos de tulipa para a minha mãe. Volta e meia, trocamos relatórios sobre as nossas flores. Ontem, escreveu-me. O vaso das tulipas tem mais umas pequenas a rebentar. Não é que hoje de manhã a tulipa anã estava com flor? Não sei porquê, deu-me vontade de chorar. Tulipa anã. A tulipa anã deu flor. Acho que não estou muito normal, senhor doutor. Já lhe disse que nos nasceu uma tulipa no meio do aipo?

Week End na Cinemateca

Contagem de desistências = 1

3.4.13

Sou tão amiga da Cinemateca que até me vão dar um cartão







Um dos exemplos mais corrosivos, hilariantes e in your face da mais suprema what the fuckness. Toda uma experiência. Week End, hoje, às 21h30, na casa da minha amiga Cinemateca.

A cada um o seu Vertigo #2


In The Mood For Love (2000), Wong Kar-Wai

2.4.13

A cada um o seu Vertigo