27.9.12

Vemo-nos no


© Menina Limão
[Quintas de Leitura, ensaios]

26.9.12

É já amanhã




 
© Menina Limão


1. Tenho babies destes para distribuir por quem quiser.
2. Ontem decorreu o primeiro ensaio. A Ana Deus é maravilhosa.
3. Os bilhetes já esgotaram, mas podem tentar a sorte amanhã, meia hora antes do espectáculo começar.
4. ié.

24.9.12

To Rome With This Bullshit




Ainda não vi To Rome With Love, aparentemente o último cagalhão do Woody Allen, segundo os mais generalizáveis cagões deste mundo, mas admitir a hipótese de o filme ser o terceiro calhau a contar do Hollywood Ending, não deve impedir-nos de intervencionar na sociedade por uma maior eficiência na limpeza das almas. Como todos os anos em que estreia um filme seu se repetem as lágrimas gordas de uma vida passada entre as várias cadeiras disponibilizadas pela sociedade, eu não me reconheço outro remédio senão esticar os bracinhos o mais longe possível do meu torso em direcção aos vossos prantos e oferecer-vos uma cebola para chorarem com vontade. A pessoa mais espectacular de todos os planetas com vida explica. Estávamos em Dezembro de 2011:


«Há uma peça em cena em Lisboa, chamada Design for Living, que foi escrita e interpretada nos anos 30 por Noël Coward. O texto tem um ambiente extremamente familiar que não vem só da sua qualidade intemporal (nunca deixará de haver triângulos amorosos nem uma elite intelectual auto-excluída do povo) mas por antecipar em 40 anos e de forma extraordinária o molde que Woody Allen nunca mais deixou de usar.

Nem o mais experimentado crítico conseguiria saber qual dos autores escreveu a cena que junta uma decoradora de interiores, o seu marido muito mais velho, culto comerciante de arte, uma senhora que compra obras indiscriminadamente e um casal cuja mulher quer muito pertencer àquela gente ao contrário do marido que, fazendo-lhe a vontade, não demonstra qualquer pachorra para a pedantice instalada no apartamento caro de Nova Iorque onde se encontram depois da ópera.

Nunca perceberei o que levou a este cansaço generalizado que as pessoas parecem ter pela insistência de Woody Allen em fazer o mesmo filme todos os anos. Se não fosse por outra razão que não a gratidão (sou sensível a este argumento), a população não se devia deixar levar pelos insuportáveis lamentos de que no tempo de Hannah e Suas Irmãs e Manhattan é que era, o que na verdade não faz mais do que as transformar nas mesmas personagens que Allen coloca na fila do cinema em Annie Hall. No que me diz respeito, só em anos muito extraordinários é que um seu filme não entrou nos meus dez melhores em Dezembro.»

15.9.12

«PORQUÊ IR À MANIFESTAÇÃO NO SÁBADO?»

«1. Porque o plano de redução do défice português é o que mais prejudica os pobres em comparação com os planos em vigor dos outros países intervencionados.
2. Porque as excepções nos cortes dos subsídios e benefícios se acumulam entre uma pequena elite de privilegiados com ligação ao Governo.
3. Porque um Governo sem pressão popular se acomoda às soluções mais fáceis, em vez de escolher as que menos prejudicam os cidadãos.
4. Porque embora exista um problema, um buraco, chame-lhe o que quiser, nunca existe apenas um caminho para sair dele, excepto por efeito da arrogância do poder.
5. Porque a intervenção na TSU, ao transferir riqueza dos trabalhadores para as empresas, simboliza o desprezo deste Governo pelos cidadãos, em particular os mais vulneráveis.
6. Porque a imobilidade da opinião publica foi responsável por muitos dos erros cometidos pelos governos que elegemos em trinta e tal anos de democracia.
7. Porque uma perspectiva blasé do confronto democrático é a doença infantil da nossa “opinião esclarecida”.
8. Porque manifestar-se não é ser esquerdista, estalinista, índio pé-sujo, tocador de djambé, altermundialista de passa-montanhas, imbecil ou terrorista.
9. Porque se você não fizer uma coisa, alguém de quem não gosta a fará.
10. Porque até a doutora Manela vai lá estar (ok, eu também não acredito).

Amanhã você tem o direito de se armar em ironista chique, em esteta que abomina a loucura do mundo e em velho sábio da montanha. Mas também tem o direito de se manifestar e não deve sentir-se condicionado por quem despreza esse direito. Eu não sinto, e vou estar lá.»

Luis M. Jorge 
[que se mudou para um blogue colectivo (acho mal)]

14.9.12

E uma raiva a nascer-te nos dentes / Não me digas que não me compreendes

«Nunca foi tão evidente o divórcio entre um governo e o País. Nunca foi tão clara a indignação das pessoas. E a conversa do "inevitável" já não paga dívidas. Depois da quebra do produto em 3,3% no ano de vigência do memorando, de 416 novos desempregados por dia e de uma brutal quebra nos rendimentos do trabalho, o governo falhou no défice - em vez de 4,5%, 6,9% - e na dívida pública - entre o primeiro trimestre de 2010 e o mesmo trimestre de 2011 aumentou 20.7 mil milhões de euro; da assinatura do memorando até hoje aumentou 26.6 mil milhões de euros. 

Sim, quando a troika chegou estávamos numa aflição. O PIB caia 0,7%. A dívida pública correspondia a 97% do PIB. O PIB agora cai 1,6%. E a dívida pública está nos 116% do PIB. Só o empréstimo e os juros agiotas que impedem que se possa chamar a isto uma ajuda levarão mais de 70% do que produzimos este ano. Não havia dinheiro, agora há ainda menos. Estávamos pobres, agora estamos miseráveis. Estávamos endividados, agora estamos mais. 

Com as medidas anunciadas por Vítor Gaspar e Passos Coelho, assistimos à maior transferência de rendimentos do trabalho para o capital de que há memóriana história portuguesa. Escrevi ontem que o governo tem uma estratégia. E que essa estratégia passa pelo empobrecimento do País (o próprio primeiro-ministro o afirmou), na esperança de, com uma violenta redução dos custos do trabalho, garantir um crescimento típico de uma economia terceiro-mundista: não acrescenta valor e não distribui riqueza. Mesmo que resultasse, e não resultará, esse crescimento passaria ao lado da esmagadora maioria dos portugueses. Tão ao lado como a crise passa de uma pequena minoria. 

Perante o mais radical dos governos eleitos que este país já conheceu, perante uma subversão democrática que passa pela aplicação de medidas que são em tudo contrárias ao que foi prometido em campanha eleitoral, perante o pornográfico assalto aos rendimentos dos que vivem apenas do seu trabalho, perante a falência de todos os objectivos definidos por quem nos pediu sacrifícios e, muito mais importante, perante uma política de terra queimada que deixará uma marca de destruição durante décadas, vivemos um momento de emergência nacional. 

Não basta os partidos da oposição concordarem com este diagnóstico. Têm de ser consequentes. Não é apenas ao governo que se têm de exigir responsabilidades. É a todos. Quem contesta este caminho tem de apresentar alternativas - há quem esteja a dedicar as suas energias a essa tarefa difícil, mas deixarei isso para amanhã - e saber como as pretende aplicar. 

É apenas isto que falta para correr com esta gente: uma alternativa credível. Olha-se para os partidos da oposição e fica-se com a sensação de que, no meio da tragédia, continuam a sua vida como antes. A direção do PS parece estar convencida que pode, como de costume, ficar, com um ar muito responsável, à espera que o poder lhe caia nas mãos de podre. Perante a selvajaria apresentada no último fim-de-semana, Seguro exalta-se e... pede uma audiência com o Presidente da República. Nem é capaz de dizer o óbvio: que este orçamento terá de contar com o seu voto negativo. Parece haver, da parte do secretário-geral do PS, uma enorme dificuldade em perceber a diferença entre "responsabilidade" e "passividade". Só que a estratégia habitual, a do paciente candidato a primeiro-ministro que espera que o seu antecessor se estatele sem nada fazer, já não resulta. Para governar um País é preciso que ainda haja um país governável.» 

Daniel Oliveira, no Arrastão


   © Gui Castro Felga

Jean-Pierre L...arry



13.9.12

Quintas de Leitura // Teatro do Campo Alegre


© Menina Limão



QUINTAS DE LEITURA
27 de Setembro | 22h
Café-teatro do Teatro do Campo Alegre

PEDRO MEXIA // poeta convidado
João Luis Barreto Guimarães // apresentação
Adriana Faria, Rita Loureiro, Teresa Coutinho e Pedro Mexia // leituras
Ana Deus (voz) e Ricardo Caló (piano) // entre leituras
Olga Roriz dá corpo ao solo «Mon Amour» // performance
Menina Limão // ilustração
B Fachada // concerto

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(Vou participar num espectáculo com a Olga Roriz!!!!!!!!! <---- plano de contenção de pontos de exclamação.)

Pedro Mexia, Olga Roriz e Menina Limão = Oh, my heart!
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[notinha: Apressem-se, já há poucos bilhetes. Se não conseguirem agora, tentem no próprio dia, há sempre desistências.]


12.9.12

E assim foi a inauguração



Obrigada a todos os que foram, aos que têm ido e aos que hão-de ir: têm até ao final do mês de Setembro para visitar a Sardinha.

A SARDINHA É NOSSA!
exposição // 193 sardinhas resultantes do concurso das sardinhas integrado nas Festas de Lisboa'12
Galeria Millennium // edifício Millennium Bcp, Rua Augusta, nº 96
até 30 de Setembro



9.9.12

Revisionismo histórico

Frankly, my dear, retiro o que disse.

I think you're crazy, maybe



Red wine and sleeping pills 
Help me get back to your arms 
Cheap sex and sad films 
Help me get where I belong 

I think you're crazy, maybe 
I think you're crazy, maybe 

Stop sending letters 
Letters always get burned 
It's not like the movies 
They fed us on little white lies 

I think you're crazy, maybe 
I think you're crazy, maybe 

I will see you in the next life

7.9.12

True story [once again]

© Menina Limão

(Dois anos depois, descubro por acaso que esta ilustração tem um erro. Já está tudo bem, obrigada por não terem reparado.)

6.9.12

Le Mépris

5.9.12

a poem.

Mau(s)



Muito embora eu não me recorde se o problema se estende aos dois volumes, traduzidos por pessoas diferentes, a tradução portuguesa de Maus está repleta de erros (sobretudo) ortográficos, tão escandalosos como a típica confusão entre «à» e «há». Um tradutor deve dominar, acima de tudo, a sua própria língua, não basta que compreenda ou domine aquela que vai traduzir – mas que importância é que isso tem quando se fala de bonecada? Toda, deviam sabê-lo: Maus foi o primeiro (e único) livro de banda-desenhada a ganhar o prémio Pulitzer. Se não lhes serviu de lição, que lhes sirva de reedição. Há mais de 20 anos que estamos à espera.

Dan and Rita sitting in a tree: K-I-S-S-I-N-G

4.9.12

Deus salva. Às vezes não, uma pessoa morre, mas geralmente Deus salva.

Estou a ser atacada pela desinspiração. Uma, duas, VINTE mordidelas nas mãos.

And God created Ice Cream

Fui para uma reunião de trabalho com uma t-shirt a dizer «Juicy Lemon». Não faz mal, porque Deus salva.

3.9.12

Never saw it coming

Com tanto fogo de vista, tenho um incêndio nos olhos.

Pessoas do meu sitemeter, ix


© Phil Stern

«a pila do Cristiano Ronaldo»

Caro de-mãos-a-abanar, se vieste aqui ter, não podes estar completamente enganado. É a terceira vez que sonho com o Cristiano Ronaldo. Ele era lindo e eu estava grávida. Dois dias depois, foi com o Don Draper. Ele era lindo e eu estava grávida. Amigas que pululam à minha volta, enormes e redondas e multiplicadas, imploro-vos, parem de engravidar. A última coisa que uma pessoa quando acorda quer sentir é necessidade de se explicar.

ಠ_ಠ

Oh Lord, won't you buy me a new Esquentador
My friends all have hot baths
I must feel calor ♫