30.12.07
2008
Turdus Philomelos - Tagada (scottish) ♫
Entrarei em 2008 com o corpo em desequilíbrio, ou, quem sabe, com o corpo em equilíbrio com outro. Entrarei em 2008 da única forma que interessa: a dançar. Não contarei os segundos (para quê?) Não beberei champanhe, nem fará falta.
Este ano, a transição de um número para outro dá-se em Coimbra, no Centro Norton de Matos. A festa abriu oficialmente dia 28, com um baile. Ontem, 29, já houve workshops durante o dia e baile à noite. A minha festa começa hoje.
Entrarei em 2008 com o corpo em desequilíbrio, ou, quem sabe, com o corpo em equilíbrio com outro. Entrarei em 2008 da única forma que interessa: a dançar. Não contarei os segundos (para quê?) Não beberei champanhe, nem fará falta.
Este ano, a transição de um número para outro dá-se em Coimbra, no Centro Norton de Matos. A festa abriu oficialmente dia 28, com um baile. Ontem, 29, já houve workshops durante o dia e baile à noite. A minha festa começa hoje.
22.12.07
20.12.07
19.12.07
18.12.07
17.12.07
16.12.07
14.12.07
isto é o que hoje é*
tinha duas ou três coisas a dizer, importantíssimas para o futuro da felicidade, mas está frio e fica para outra altura.
(é por estas e por outras que eu gosto tanto do jóni gásper)
*não é por acaso que este é um dos melhores versos com que se pode nomear um blog.
(é por estas e por outras que eu gosto tanto do jóni gásper)
*não é por acaso que este é um dos melhores versos com que se pode nomear um blog.
13.12.07
12.12.07
nós compreendemos, mas não aceitamos.
Há uma petição para cada portuense assinar na bilheteira dos cinemas do shopping Cidade do Porto, contra o fecho dos mesmos. A concretizar-se o temido, deixa de existir cinema alternativo na cidade do Porto.
11.12.07
10.12.07
8.12.07
With all due respect, sir...
O meu pai diz que o meu blogue está a descambar. O que me surpreende é ele alguma vez ter achado que era decente.
7.12.07
6.12.07
5.12.07
4.12.07
-
3.12.07
Corpos mutantes
Os corpos noturnos encadeiam entre si mensagens a velocidades letais. É preciso prepararmo-nos para derreter, destilar, vestir o chão.
1.12.07
Três (muito amados) começos de livros
Almocei bem, porque comi dois ovos quentes com batatas fritas e favas. Gosto de favas, mas não secas. Não gosto de favas secas porque dentro delas não há vida. A Suíça está doente porque só tem montanhas. Na Suíça, as pessoas são secas porque não há vida dentro delas. Tenho uma criada seca porque sente. Pensa muito porque a secaram, no outro sítio onde ela esteve a servir durante muitos anos. Não gosto de Zurique porque é uma cidade seca, há muitas fábricas e muitos homens de negócios. Não gosto de homens secos, por isso não gosto dos homens de negócios.
Nijinski, Cadernos, Assírio e Alvim
_________
– Se eu quisesse, enlouquecia. Sei uma quantidade de histórias terríveis. Vi muita coisa, contaram-me casos extraordinários, eu próprio… Enfim, às vezes já não consigo arrumar tudo isso. Porque, sabe?, acorda-se às quatro da manhã num quarto vazio, acende-se um cigarro…Está a ver? A pequena luz do fósforo levanta de repente a massa das sombras, a camisa caída sobre a cadeira ganha um volume impossível, a nossa vida…compreende?...a nossa vida, a vida inteira, está ali como…como um acontecimento excessivo… Tem de se arrumar muito depressa.
Herberto Helder, Os Passos em Volta, Assírio e Alvim
_________
Lolita, luz da minha vida, fogo da minha virilidade. Meu pecado, minha alma. Lo-li-ta: a ponta da língua faz uma viagem de três passos pelo céu da boca abaixo e, no terceiro, bate nos dentes. Lo. Li.Ta.
Pela manhã, um metro e trinta e dois a espichar dos soquetes; era Lo, apenas Lo. De calças práticas, era Lola. Na escola, era Dolly. Era Dolores na linha pontilhada onde assinava o nome. Mas nos meus braços era sempre Lolita.
Teve uma precursora? Teve, sim, teve. Na verdade, talvez até não houvesse Lolita nenhuma se, certo Verão, eu não tivesse amado uma rapariga-menina inicial. Num principado junto ao mar. Oh, quando? Quase tantos anos antes de Lolita nascer quantos eu contava nesse Verão. É sempre de esperar num assassino uma prosa de estilo caprichoso.
Senhoras e senhores do júri, a prova número um é o que os serafins, os simples, mal informados e nobremente alados serafins, cobiçaram. Reparai neste emaranhado de espinhos.
Vladimir Nabokov, Lolita, Colecção Mil Folhas, Público
Nijinski, Cadernos, Assírio e Alvim
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– Se eu quisesse, enlouquecia. Sei uma quantidade de histórias terríveis. Vi muita coisa, contaram-me casos extraordinários, eu próprio… Enfim, às vezes já não consigo arrumar tudo isso. Porque, sabe?, acorda-se às quatro da manhã num quarto vazio, acende-se um cigarro…Está a ver? A pequena luz do fósforo levanta de repente a massa das sombras, a camisa caída sobre a cadeira ganha um volume impossível, a nossa vida…compreende?...a nossa vida, a vida inteira, está ali como…como um acontecimento excessivo… Tem de se arrumar muito depressa.
Herberto Helder, Os Passos em Volta, Assírio e Alvim
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Lolita, luz da minha vida, fogo da minha virilidade. Meu pecado, minha alma. Lo-li-ta: a ponta da língua faz uma viagem de três passos pelo céu da boca abaixo e, no terceiro, bate nos dentes. Lo. Li.Ta.
Pela manhã, um metro e trinta e dois a espichar dos soquetes; era Lo, apenas Lo. De calças práticas, era Lola. Na escola, era Dolly. Era Dolores na linha pontilhada onde assinava o nome. Mas nos meus braços era sempre Lolita.
Teve uma precursora? Teve, sim, teve. Na verdade, talvez até não houvesse Lolita nenhuma se, certo Verão, eu não tivesse amado uma rapariga-menina inicial. Num principado junto ao mar. Oh, quando? Quase tantos anos antes de Lolita nascer quantos eu contava nesse Verão. É sempre de esperar num assassino uma prosa de estilo caprichoso.
Senhoras e senhores do júri, a prova número um é o que os serafins, os simples, mal informados e nobremente alados serafins, cobiçaram. Reparai neste emaranhado de espinhos.
Vladimir Nabokov, Lolita, Colecção Mil Folhas, Público